Surrealismo em si mesmo, independentemente de seu sentido.
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Daí poder-se dizer que, longe do que pensam alguns "críticos" miseravelmente racionalistas, o surrealismo nada tem de "irrealismo" sendo, ao contrário, a busca intransigente de uma supra-realidade. Seu ponto de partida é o próprio cerne do que há de mais elevado e sublime no coração de cada ser humano. Superando as tensões e as más-caras que a burguesia utiliza e quer obrigar a todos a utilizar também, o surrealismo busca atingir e expressar a transparência do sonho.
Na esfera do amor louco, eletivo, a mulher, via de reconciliação do homem com a natureza, é ADORADA. Os surrealistas são, neste particular, herdeiros modernos dos românticos. De fato, a mulher mantém, pela sua composição biológica e formação social milenar, em medida muito mais expressiva que o homem, uma forma de vida mais inocentemente ligada ao mistério e à magia. A beleza da mulher, promessa de felicidade, é um atentado vivo ao "princípio de desempenho" da sociedade afluente, como bem o enfatiza o frankfurtiano Herbert Marcuse em Eros e Civilização. O amor louco deve ser recíproco e único. Existe um e apenas um ser humano do sexo oposto em todo o planeta que efetivamente é o complemento necessário de cada um. As escolhas infelizes que, por vezes, fazemos, devem-se sobretudo às condições sociais sórdidas em que nos encontramos, onde vemos brutalmente tolhida, cerceada nossa liberdade de escolha.
Transformar a vida
By Julia
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